quinta-feira, 29 de julho de 2010

Apesar de tudo, o bem é invencível

Por Quiroga
O bem é invencível, mas paradoxalmente não opera através da imposição, sua graça só pode ser evocada por meio do livre-arbítrio. Na margem contrária, o mal impõe e opera a partir do medo, da cobiça, da ira e da tentativa de colocar os humanos uns contra os outros. Isso não é nada difícil, porque com os humanos, partindo do principio de que eles e elas são o fundamento de suas próprias vidas, acabam atribuindo a si o que não procede de suas essências, são apenas estações repetidoras e multiplicadoras da graça divina. Com cada humano se achando o centro crítico do Universo, o mal não tem dificuldade nenhuma de impor, separar, infundir medo e cobiça, já que as pessoas olham as outras com desconfiança em vez de amor. Apesar de tudo, o bem é invencível.

sábado, 17 de julho de 2010

A beleza poética do mar de Jorge Amado


Alberto Calixto Mattar Filho
Quando do não tão distante falecimento da escritora Zélia Gattai, senti vontade de resgatar o desejo de ler Jorge Amado. Ao assistir às reportagens sobre a vida de Zélia, nas quais se revelava a longa trajetória de amor e companheirismo entre ela e o marido Jorge, meu desejo se fortaleceu.
O resgate se deu em uma de suas obras mais conhecidas e lidas, Mar Morto. Embora tenha sido daqueles romances quase que obrigatórios dos idos colegiais, eu nunca o havia experimentado.
Seu enredo é simples, porém belo. Belo porque retrata com imensa força lírica a trajetória dos homens do mar. Homens desprovidos de bens materiais e de formação educacional ou acadêmica, mas homens que sempre se revelaram de uma força e coragem incomuns.
Ao retratar o profundo amor entre o marinheiro Guma e a moça Lívia, ao lado de tantas histórias paralelas das outras personagens, Jorge Amado quis transmitir exatamente a força daqueles que nasceram perante o mar e dele extraíram sua subsistência. Melhor, sua sobrevivência.
Ainda que para atingir seus objetivos, tenha usado de todas as formas de fantasias, não se pode negar que os marinheiros, em especial os pescadores, são pessoas que enfrentam os riscos de acidentes e de morte o tempo todo. Por isso, o nome da obra, Mar Morto. Trata-se de um romance em cujo núcleo gravitam espécies de crônicas em forma de capítulos, nos quais o escritor destila toda a imaginação de que é capaz. Ora é a história de um marinheiro, ora a de outro. Todas interligadas e repletas de atos de heroísmo, de sucessos e insucessos, de aventuras festivas e libidinosas, sempre com a enorme paisagem marítima como pano de fundo. Em vários momentos, há fartas descrições das grandes tempestades que, via de regra, lá vinham a surpreender aqueles que se lançavam ao trabalho no oceano.
Não faltam detalhes acerca da pobreza, dos valores, hábitos, crenças e da dor que sempre cercava as famílias dos que partiam para as águas sem a garantia da volta. Mas, como dizia a canção de fundo, na voz dos freqüentadores do cais e sob os eflúvios da velha e boa cachaça: “ . . . é doce morrer no mar. . .”
Há alguns anos, em Fortaleza(CE), ao final de uma bela tarde, não me esqueço de que fui bater um papo com velhos pescadores na orla marítima. Nem é preciso dizer que ouvi casos os mais diversos sobre os riscos que já tinham enfrentado no oceano.
Por mais que exageros houvesse (e quem não conhece os relatos de pescador?), não deixei de admirá-los pela inegável coragem e pela absoluta entrega ao ofício que exerciam. Pois não vejo como trabalhar no mar sem amá-lo. O mar, esta força inigualável da natureza.
Durante a estada na capital cearense, num dos passeios típicos em jangada por águas abertas, ouvi do jangadeiro uma frase célebre, após conversar com ele: “...Meu amigo, não tivemos escola, mas nosso grande professor é o mar.” Uma frase simples, mas de imenso conteúdo. De fato, ao observar aquele marinheiro das jangadas, já vislumbrava nele coragem e determinação, o que Jorge nos repassa tão bem nessa obra.
De toda a longa lista de romances do mestre baiano, Mar Morto é um dos mais populares. Traduzido para vários idiomas, é considerado aquilo que se costuma chamar de poema em prosa ou prosa poética, tamanha a força dos sentimentos de suas personagens. Tamanho o lirismo de sua narrativa.
A leitura é fácil. E é obra tanto para adolescentes, que muito necessitam de estímulos ao ato de ler, quanto para adultos. A beleza, em não poucas ocasiões, vive sob a mais absoluta simplicidade.

Alberto Calixto Mattar Filho é servidor da Justiça do trabalho e de longe o maior articulista de Passos ... espero ter a honra de brindar meus alunos e seguidores com muitos dos seus belíssimos textos ... Prof. Junão

quinta-feira, 15 de julho de 2010

VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PALAVRA TREM


Interessante que o assunto mineirês veio à tona logo no dia em que alguns transtornos foram causados pelo seu desconhecimento
por parte de alguns jornalistas, que escreveram a seguinte manchete:
- 'Dois trens batem de frente em Minas'.
Os mineiros, obviamente, não deram a devida importância, já que para eles isto quer dizer apenas que duas coisas bateram.
Poderiam ter sido dois carros, um carro e uma moto, uma carroça e um carro de boi,
ou até mesmo um choque entre uma mala de viagem e a mesa de jantar.
Movido pela curiosidade, resolvi então consultar o Aurélio.
E vejam o que diz: trem [Do francês/inglês train.] Substantivo masculino,
(1.) Conjunto de objetos que formam a bagagem de um viajante. (2.) Comitiva, séquito. (3.) Mobiliário duma casa.
(4.) Conjunto de objetos apropriados para certos serviços... (5.) Carruagem, sege. (6.) Vestuário, traje, trajo.
(7.) Mar. G. Bras. Grupamento de navios auxiliares destinados aos serviços (reparos, abastecimento, etc.) de uma esquadra.
(8.) Bras. Comboio ferroviário; trem de ferro. (9.) Bras. Bateria de cozinha.
(10.) Bras. MG C.O. Pop. Qualquer objeto ou coisa; coisa, negócio, treco, troço: 'ensopando o arroz e abusando da pimenta,
trem especial, apanhado ali mesmo, na horta.' (Humberto Crispim Borges, Cacho de Tucum, p. 186).
(11.) Bras. MG S. Fam. Indivíduo sem préstimo, ou de mau caráter; traste (...)
Vejam que o sentido de comboio ferroviário é apenas a 8ª definição, e ainda é considerado um brasileirismo.
OBS: No dicionario do Houaiss são 12 significados e somente o 4º fala de vagões engatados...
Comentei o fato com um amigo especialista em etimologia, que me esclareceu a questão:
o comboio ferroviário recebeu o nome de trem justamente porque trazia, porque transportava, os trens das pessoas.
Vale lembrar que nessa época o Brasil possuía uma malha ferroviária com relativa capilaridade e
o transporte ferroviário era o mais importante.
Assim, era natural que as pessoas fizessem essa associação.

MORAL DA ESTÓRIA:
O mineiro é, antes de tudo, um erudito.
Além de erudito, ainda é humilde e aceita que o pessoal dos outros estados tripudie da forma como usa a palavra trem.
Na verdade, acho que isso faz parte do 'espírito cristão do mineiro'.
Ele escuta as gozações e pensa: que sejam perdoados, pois não sabem o que dizem.
(Autor desconhecido) - enviado por Evandro

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pronunciamento feito na formatua da ETEP - Julho/2010


TURMAS:TÉCNICO EM QUÍMICA - TÉCNICO EM NUTRIÇÃO
Primeiramente gostaria de dizer que estou profundamente emocionado e feliz pelo convite para ser paraninfo dessas duas turmas que se formam hoje. Tenho sido extremamente agraciado por Deus nestes anos de trabalho na Escola Técnica de Passos, minha querida Etep. Neste último ano fui escolhido pela escola para receber o prêmio de professor do ano pela escola junto a Fesp e agora esse convite de vocês meus alunos. Desde já fica meu muito obrigado, mas palavras não conseguem revelar meu sentimento.
Prometo não ser longo na minha fala, mas também não iria deixar este momento, que pode ser o último contato que terei como professor de muitos de vocês, passar assim. Aquela aulinha da saudade que me pediram e acabou não acontecendo por causa das provas... do workshop... vou tentar fazer agora... uns 50 minutos... brincadeira. Se bem que o Fidel Castro costumava falar por duas, três horas com todo mundo de pé, debaixo do sol e ninguém reclamava. Mas nem podiam... o que graças a Deus não é o nosso caso, pois vivemos numa democracia, juvenil ainda é verdade, mas não deixa de ser um democracia.
Fiquei pensando muito no significado que tem o professor de Ética Profissional, que no caso da turma de Química só tive contato por 6 meses e lá no início do curso, ser o convidado para paraninfo. Sem falsa modéstia cheguei a uma conclusão simples: estamos sedentos por um país mais ético, e nossos papos em sala de aula, o despertar dessa necessidade, seja o motivo. Como digo sempre, não me ponho como alguém que vá ensinar ética, sempre me coloco como quem vai trabalhar o assunto e fomentar a discussão a respeito do mesmo.
A idéia de um povo mais politizado, conhecedor de seus direitos, contudo, profundos sabedores também das suas obrigações é um sonho que parece inatingível. Muitos passam a vida toda lutando por isso. Certas mudanças são quase imperceptíveis a olho nu. Algumas vezes entendemos até mesmo que houve retrocesso e isto realmente ocorre, nos deixando muito tristes, pois as forças contrárias são fortes e contam com um aliado poderoso que é a falta de memória das pessoas. Mas contra isso vem uma formação diferenciada que algumas instituições de ensino, empresas e alguns poucos homens públicos tentam, de forma insistente, colocar na ordem do dia. Falo aqui não só em meu nome, mas tomo a liberdade de falar isso em nome da escola Etep, na pessoa da Rosângela, da Josiane, do Agnaldo e do Carlos, pois desde que comecei lá há 5 anos atrás sempre me foi dado toda liberdade e incentivo de trabalhar as virtudes, passar para nossos alunos a importância da ética e do compromisso profissional.
Tenho certeza de que vocês são o desabrochar do nosso Bambu Chinês. Abro um parêntese aqui para falar o que significa esse tal Bambu Chinês.
O Bambu Chinês é uma das plantas mais lindas que existe. Mas quem vê o Bambu Chinês e sua perfeição não imagina o que se esconde por trás, ou melhor, por debaixo de sua história. “Depois de plantada a semente nada se vê por 4 anos, exceto o lentíssimo desabrochar de um diminuto broto. Durante esses 4 anos, praticamente todo o crescimento é subterrâneo, contudo, numa maciça e fibrosa estrutura de raiz, que se estende vertical e horizontalmente pela terra”. Todavia, no seu quinto ano, o bambu chinês cresce de uma vez, atingindo mais de 20 metros de altura e uma beleza indescritível. O escritor Covey, em uma brilhante analogia escreveu: “Muitas coisas na vida (pessoal e profissional) são iguais ao bambu chinês. Você trabalha, investe tempo e esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e às vezes não se vê nada por semanas, meses ou mesmo anos. Mas, se tiver paciência para continuar trabalhando e nutrindo, o "quinto ano" chegará e o crescimento e a mudança que se processam o deixarão espantado. O bambu chinês mostra que não podemos desistir fácil das coisas... Em nossos trabalhos, especialmente projetos que envolvem mudanças de comportamento, cultura e ações novas, devemos nos lembrar do bambu chinês para não desistirmos frente às dificuldades que surgem e que são muitas...”
Para encerrar, quero deixar a todos os presentes que, apesar de toda felicidade que estou sentindo pela lembrança dos meus alunos, sei que todas as vitórias vêm do nosso Senhor Jesus Cristo, único digno de toda Honra e Glória. Assim, lembro o Salmo 55: Confia os teus cuidados ao Senhor, e Ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado. E completo com palavras de ânimo, para que vocês sejam profissionais éticos e valorosos, vindas do apóstolo Paulo, que em I Corintios 10:13 nos diz: Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar. Desta forma, meus queridos alunos, fiquem firmes e sejam homens e mulheres que irão ajudar na grande virada ética que se dará neste país. Vocês não são mais o futuro dessa nação, vocês agora são o presente. Curtam esse momento e que Deus os abençoe sempre. Obrigado.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Amigos (Max Gehinger)


Existem cinco estágios em uma carreira.

O primeiro é aquele em que um funcionário precisa usar crachá, porque quase
ninguém na empresa sabe o nome dele.

No segundo, o funcionário começa a ficar conhecido dentro da empresa e seu
sobrenome passa a ser o nome do departamento em que trabalha. Por exemplo,
Heitor de contas a pagar.

No terceiro, o funcionário passa a ser conhecido fora da empresa e o nome da
empresa se transforma em sobrenome. Heitor do banco tal.

No quarto, é acrescentado um título hierárquico ao nome dele: Heitor,
diretor do banco tal.

Finalmente, no quinto, vem a distinção definitiva. Pessoas que mal conhecem
o Heitor passam a se referir a ele como "o meu amigo Heitor, diretor do
banco tal".

Esse é o momento em que uma pessoa se torna, mesmo contra sua vontade, em
"amigo profissional".
Existem algumas diferenças entre um amigo que é amigo e um amigo
profissional.

Amigos que são amigos trocam sentimentos.

Amigos profissionais trocam cartões de visita.

Uma amizade dura para sempre.

Uma amizade profissional é uma relação de curto prazo e dura apenas enquanto
um estiver sendo útil ao outro.

Amigos de verdade perguntam se podem ajudar.

Amigos profissionais solicitam favores.

Amigos de verdade estão no coração.

Amigos profissionais estão em uma planilha.

É bom ter uma penca de amigos profissionais.

É isso que, hoje, chamamos networking, um círculo de relacionamentos
puramente profissional. Mas é bom não confundir uma coisa com a outra.

Amigos profissionais são necessários.

Amigos de verdade, indispensáveis.

Algum dia, (e esse dia chega rápido), os únicos amigos com quem poderemos
contar serão aqueles poucos que fizemos quando amizade era coisa de
amadores.
Max Gehinger

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Como fazer para não se aborrecer?

O discípulo, a seu mestre espiritual:

- Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam.
- Pois viva como as flores! - advertiu o mestre.
- Como é viver como as flores? - perguntou o discípulo.
- Repare nestas flores - continuou o mestre, apontando os lírios que cresciam no jardim - Elas nascem no esterco. Entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.

E o mestre conclui seu pensamento:

- É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Conselhos


ABRAHAM SHAPIRO

CONSELHO 1 : Não dependa da aprovação dos outros
Não desperdice seu tempo de vida tentando impressionar os outros. Mesmo que você me convença de que é magnífico, eu pergunto: "Você estaria realmente seguro disso? Quem de nós estaria?"

Conheci um rapaz que falava sempre com a cabeça ligeiramente inclinada porque uma ex namorada dissera que ele se parecia com um ator famoso. Ninguém achava que ele tivesse o perfil de um artista, mas que entortava a cabeça porque faltava algum parafuso.

É isso o que acontece quando deixamos que nosso desejo por impressionar os demais determine as nossas ações.

Não devemos depender do reconhecimento dos outros. Ser carente dos elogios e das aprovações das pessoas é mau para qualquer um.

Nós nascemos para ser livres, independentes, e é por estas razões que precisamos desenvolver a nossa consciência própria para que vivamos baseados nos nossos julgamentos e no autoelogio equilibrado, sem dependência falsa e enganosa dos aplausos de terceiros e quartos. Cada um é um, tenho dito tantas vezes neste espaço.

Pense que as suas crenças são importantes para a sua vida e, em seguida, aproveite para crescer nesta direção, e aí, sim, impulsionar-se a fim de ser verdadeiramente grande.


CONSELHO 2 : Grato ou orgulhoso?

Imagine que você ganhasse 10 milhões de reais na Mega Sena. Você não conteria tamanha alegria. Mas imagine também que, passado algumas semanas, entrevistas em jornais e na tv lhe tornassem pessoa tão importante que você começasse a atribuir a sua fortuna à sua incrível inteligência e habilidade com números. Seria ridículo, não acha?

Suponha, agora, que você inventasse um produto que lhe rendesse um lucro real de 10 milhões de reais. É bem provável que agora você se sentisse um inventor glorioso, e até tivesse como justificar este sentimento às pessoas. Agora, sim, todos entenderiam.

Existe uma emoção positiva em nós sempre que realizamos algo. Porém, ao atingir um objetivo na vida, devemos saber distinguir qual é o limite que separa o orgulho do prazer.

Como é o orgulho? “Eu consegui isto. Sou o máximo! Mamãe, estou no topo do mundo!”

Como é o prazer? “Graças a D-us, tive esta oportunidade de realizar algo. Não sou melhor do que ninguém, mas sou agraciado”.

A diferença é clara.

Não atribua méritos a si próprio. Nunca se coloque na condição de “eu mereço”. Todos precisamos dos demais, assim como os outros precisam de nós.

Se existe algo na sua vida com que você se importa, isto lhe deixa grato ou orgulhoso? A escolha revelará quem você é.

ABRAHAM SHAPIRO